A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida oficial da inflação no Brasil, foi ajustada de 4,4% para 4,36% neste ano. Essa estimativa foi divulgada no boletim Focus, uma pesquisa semanal do Banco Central que reúne as expectativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção da inflação foi ajustada de 4,16% para 4,1%. Já para os anos de 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Pela quinta semana consecutiva, a previsão foi reduzida, atingindo o intervalo da meta de inflação que o Banco Central deve perseguir. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa que o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
O aumento nos preços das passagens aéreas fez com que a inflação de novembro alcançasse 0,18%. Em outubro, o IPCA havia sido de 0,09%.
Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses é de 4,46%, dentro da meta do CMN.
Juros básicos
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que foi fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A redução da inflação e a desaceleração econômica levaram à manutenção da Selic pela quarta vez consecutiva.
O colegiado não indicou quando poderá iniciar a redução dos juros. Em comunicado, o Banco Central destacou que o cenário atual é de grande incerteza, o que requer cautela na política monetária, e que a estratégia é manter a Selic nesse patamar por um período prolongado.
Essa taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Após atingir 10,5% ao ano em maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024, alcançando 15% ao ano na reunião de junho, sendo mantida nesse nível desde então.
Os analistas de mercado estimam que a taxa básica caia para 12,13% ao ano até o final de 2026. Para 2027 e 2028, a previsão é que a Selic seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida; isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão econômica. Os bancos ainda consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando a Selic é reduzida, a tendência é que o crédito se torne mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano permaneceu em 2,25%.
Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, ficou em 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima uma expansão do PIB de 1,83% e 2%, respectivamente.
Impulsionada pelas expansões dos setores de serviços e indústria, no segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,40 para o final deste ano. No final de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,50.
Com informações da Agência Brasil